às vezes sento-me no beiral do teu peito
à procura do pássaro perdido que carrego
nas mãos, é um pássaro vermelho da cor
dos teus lábios, amor
ele finge em não me ver, carrega nas suas penas
esta pena pesada com que ladrilho o vento,
ao longe vejo-lhe as asas
baterem rumo ao beijo que nunca lhe roubei
Debruço-me na janela,
ouço como finge a melodia do oceano
que atravessa os meus olhos
e depois, depois volta a deitar-se
nas minhas mãos
à espera que o liberte
Conceição Bernardino