Desejo
Todo este desejo que aflora
nos teus olhos
agora esparrama
pelos bicos dos teus seios.
Insensata esta chama
rola delicada pelo teu ventre
e cai sobre tuas coxas nuas.
Assim que brilham outros lábios
assustada, recua
é o medo do inevitável
a paúra.
Desamparada e inocente
frágil como cálices de cristais
navega no corpo aberto
nas suas curvas sensuais.
Dança de um fogo crescente
chama tua chama mais ardente
enrosca-se como uma serpente.
Desfaz-se em água
quando os teus pés beijavam
tuas coxas e teus seios acariciavam
os cabelos...
Nos vales, montanhas
nas entranhas
desamparada e deserta
na incandescente chama.
alexandre