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Presságio - XVIII (Hilda Hilst)

 
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Ah, ternura dos dias
que prometiam alguma coisa.
Ah, noites que esperavam vida.

Disseste que o mundo
dificulta o caminho dos bons
e que pesa tanto nos teus ombros
o estandarte do amor.

Tua vida consumiu-se
num sonho adolescente.
Teus olhos há muito
não dizem nada
e simulam mistério
quando sorris.

Sabes alguma coisa
além dos homens.

Soubesses ao menos
a eterna escuridão
dos que procuram luz.

Hilda Hilst, poetisa.
 
Autor
AjAraujo
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