Todos os rostos
descem agora, o azul renovado das marés
em debandada marinha
- rostos antigos, urdidos em lágrimas d’ângulos
justapostos e logo discordados por sob cera micro cristalina.
Atravesso o pórtico de Tritão,
procuro acordes ocultos em sinfonias sibilantes,
obras primas - das óperas aos tangos – e
exausta, ninfa canónica em uso de balalaica subversiva
encontro-te por fim, amado, em linha aberta,
no trilho vocal de ser palavra.
No salão,
o pó do tempo cobre agora porcelanas de Sèvres,
cristais da Baviera.
Na cintura quente da tua mão, em contracção de fé,
descanso intensa d’artes milenares
musa de semblantes ausentes, na elegância de Versalhes.
Em espera pálida
todos os rostos afagam eternidades quando me vergam
e me tomam em luas convergentes de escrita,
de ventos breves, odalisca em oscilação p’la cintura.
A música toca…
Em recidiva, danço-te ternurenta a fome da alma.
Exalto-te, venero-te,(1) aclamo-te,
Suplico-te meu, em delatórias de furnas cativantes.
Somos
… todos os rostos. No amanhã, no hoje, no ontem, no antes.
(1)Exsultate Jubilate
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