Sonetos : 

O AMOR

 


Amor, semente dura pela terra;
Que mata as águas, árvore tão cara!
Faz do poente, trilha que encerra;
Artifício de dor, peito que amara.

E o amargor das raízes, vão fincadas
Nas unhas, arrancadas pelo abismo
Marginal é o orvalho, nas aladas
Nuas vestes, que gemem como sismo...

Força ilimitável, tem a aurora
Que plaina pelo gozo dos sentidos
Somente quando lança tal veneno;

O amor, espelho virgem tão ameno
Se quebra, como ápice partido
Transbordando sua luz como outrora!




"Mestre não é quem sempre ensina, mas quem de repente aprende." (Guimarães Rosa)

 
Autor
Ledalge
Autor
 
Texto
Data
Leituras
887
Favoritos
1
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
13 pontos
5
0
1
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
zuzajr
Publicado: 07/02/2008 20:53  Atualizado: 07/02/2008 20:53
Novo Membro
Usuário desde: 30/01/2008
Localidade: Rio Claro
Mensagens: 4
 Re: O AMOR
Belas imagens. Imaginei a manhã nascendo, ao passo que os amantes se despedem depois de uma noite de amor. Beijo.

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 07/02/2008 21:18  Atualizado: 07/02/2008 21:18
 Re: O AMOR
Senti neste soneto a imagem de uma pintura de beleza rara.

Beijinho
ConceiçãoB

Enviado por Tópico
MariaSousa
Publicado: 07/02/2008 21:23  Atualizado: 07/02/2008 21:23
Membro de honra
Usuário desde: 03/03/2007
Localidade: Lisboa
Mensagens: 4047
 Re: O AMOR
Gosto sempre de ler os teus sonetos.

Bonito!

Bjs

Enviado por Tópico
Alberto da fonseca
Publicado: 07/02/2008 22:30  Atualizado: 07/02/2008 22:30
Membro de honra
Usuário desde: 01/12/2007
Localidade: Natural de Sacavém,residente em Les Vans sul da Ardéche França
Mensagens: 7080
 Re: O AMOR
Ledalge, poetisa : O amor, epelho virgem tão ameno. Adorei

beijinhos
A. da fonseca

Enviado por Tópico
Mel de Carvalho
Publicado: 07/02/2008 22:50  Atualizado: 07/02/2008 22:50
Colaborador
Usuário desde: 03/03/2007
Localidade: Lisboa/Peniche
Mensagens: 1562
 Re: O AMOR
Este soneto, musicado, daria um excelente fado... oiço-o distintamente... no dedilhado de uma guitarra, na voz da cantadeira... nas noites quentes d'Alfama, p'la noite fora ...

"O amor, espelho virgem tão ameno
Se quebra, como ápice partido
Transbordando sua luz como outrora!"

Beijo, amiga Ledalge