<br />Presente
Vou de cabeça baixa, de alma transtornada,
á espera de novas qualidades.
Faço-me á estrada da descoberta, de mim, do mundo
e de tudo.
Olho para o vento e decido que corrente seguir talvez a mais fria
por ser mais impessoal.
Também o pôr-do-sol para ver o que se
Ilumina primeiro.
Queimo as páginas do meu livro do meu destino,
São resistentes, as únicas sobreviventes desta melancolia,
Deste nada, deste mistério na minha cabeça.
O fogo queima as palavras lentamente,
só para rir-se de mim como um palhaço abandonado.
Parecia que a maldição foi posta, mesmo ao meu lado,
á espera de um deslize para boicotar o meu caminho.
As brasas da saudade faziam-me lembrar o nosso doloroso passado,
em deformadas sensações de perda e satisfação depois.
O fumo da derrota inspirado, entupia as narinas,
de tanto falhar e de tão verdadeiro.