– Tomara eu
ficar sempre contigo
mesmo que te despeças
esquecendo no retorno
o caminho
onde nos tornámos
tu e eu
indivisíveis
me convenças ali tão pertinho
onde mora minha ausência
sumida
derradeira
nas tramas desta vida
que não mais se entristece
pois amei-te loucamente
como cada verso
que escrevo e dos infinitos
abraços teus que tanto me apetece
neste verso apaziguador e prescrito
– Tomara eu
lembrar-te em cada despedida
sonhar-te delicada em retratos
pacientemente coloridos de contentamento
em provocações cordiais
domadas na chama que atiça
nossos ímpetos
nem que seja por uma única
hora mais de vida
– Tomara eu
admirar-te sem tais contrapartidas
acasalar de vez
nossas expectativas inconformadas
retemperadas pela constância
que nos transborda de ilusões
sem tamanho nem medida
doar-te irremediavelmente
meus espaços de tempo
sem tempo
e corrigir os medos que desvendo
em cada prelúdio festivo
onde definitivamente agora
me vou
devagarinho…satisfazendo
FC