Poemas : 

Quem te fez ausente isso não compreende

 
As horas não rompem os abrigos de cera
As musas não fazem sombra ao dez ali perto
O género não se divide em espontâneas levadas
E o traço não atravessa a fúria das palavras
Quem te fez ausente isso não compreende
Na notória vírgula fincada do tempo
Um estrugir incómodo que pisa e repisa
O papel imóvel e perecível de convicções
Que sociólogos e antropólogos dizem humanas

Não haja quem conte a Apolo e à sua seta
De aljava soberba quiçá roubada
Que todas as nossas mudas de animais
E os meros instrumentos que as acompanham
Serão peças comparadas e contraditas
Num museu bem longe da nossa concepção
Onde aquilo que me importa não irá aparecer
Porque o trabalho que de mim te põe afastada
Rouba-me ao peito a própria vida.

 
Autor
fcsguimaraes
 
Texto
Data
Leituras
848
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
3 pontos
1
1
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 06/03/2015 17:17  Atualizado: 06/03/2015 17:17
 Re: Quem te fez ausente isso não compreende
A ausência se faz deixando nossas aresta sentidas, vazias sem vidas onde os sentimentos ficam sem os sentidos de viver