Tudo começa num inocente jogo
de palavras
E eis que nasceram as estrelas
Eis que nasceu o pão e o amor
E eis que nascemos em meio às trevas
Abraços cerrados, amantes
Contorcendo-nos nalgum ventre
Carregando a promessa da vida
Lá fora, enxergo a luz do luar
que faz senão banhar a escuridão das estradas
Os segredos impenetráveis da mata fechada
Sonho com o advento do sol numa manhã esperada
[Viajo, e talvez o meu destino...]
Observo os mundos e as órbitas celestes
Renasço todos os dias e morro pelas noites
E, nos segundos em que não contemplo a beleza,
Meu coração chora com teu nome à ponta dos
meus lábios
Adonai, Adonai!
o breu ameaça-me com pujança
E eu vou esquecendo-me de quem sou
[Sou só uma centelha da colisão
entre vazio e vazio]
Eu sou a divisão da tua beleza
E o meu futuro a alegria da re-dissolução
Chorando baixinho nos teus braços
Cantando das dores que hão de doer
Eu caminharei, ainda, por todas essas
estradas solitárias
E chorarei baixinho por todos esses amores afora
Mas o meu coração mais profundo conhecerá a verdade
E regozijará da nunca esquecida promessa
enquanto meu corpo de homem chora
E aos teus braços, no final, me confinarei
E, no final, convergirá tudo em Ti
Quando a névoa e as nuvens cederem
Verei, enfim, o que há escrito no horizonte
E não me surpreenderá se lá estiver escrito
O Teu eterno, imutável nome.