Que sentes por mim Lisboa
quando ouves este fado
pela fria madrugada.
Que pensas de mim Lisboa
quando sentes meu cansaço
que sem ti eu não sou nada.
Que queres de mim Lisboa
quando ouves o meu canto
nestes meus versos que trago.
Que levas de mim Lisboa
quando sentes o encanto
deste meu cantar cansado.
Que esperas de mim Lisboa
quando sentes que te quero
nestes versos que te canto.
Que guardas tu Lisboa;
quando longe não te vejo;
do meu triste desencanto.
Sobre as pedras de Lisboa
vou procurando o meu chão
onde em ti eu me revejo.
Que descalça vou à toa
p'ra esquecer a solidão
debruçada sobre o Tejo.
Ricardo Maria Louro
Do repertório de Celeste Rodrigues
Ricardo Maria Louro