DIVAGANDO ?
O poder não é um dom
Ainda que pareça ter dele o tom.
Muitas as fontes que o ditam
Às vezes em cascata desmedida
Numa arrogância incontida
E como portador dele é o homem
Só a este concedida a prerrogativa.
Às vezes nem carece do punho fechado
Tão pouco do olhar acutilante
Basta dar-se a falsa eloquência
Ou a falaciosa palavra
Para que se torne senhor do mando
E impante pise a humildade alheia
E senhor do poder se instala.
Muitas são as cores do poder
Que vão do politico assumido
Passam pelos galões de quem os ostenta
E se esgotam na subserviência
Do mero pretensioso.
Não, o poder não me fascina
Mas penoso é julgar-me
Não quereria que,
No recôndito daquele que sou
Se ocultasse o vil manto do poder
Prefiro e desejo ser livre
Queimar em mim marcas de arrogância
Na simplicidade cultivar
O impagável saber ser.
LuciusAntonius