Ao clarear do dia
Eu me visto de púrpura
Para assistir ao arrebol
Que se instala
Atrás dos montes.
A lua vai dormir a fadiga
Da madrugada intensa
E as estrelas vão cochilar
Sob a égide do pálido sol
Ainda a esquentar turbinas...
Ressabiada manhã nasce
Aos olhos que contemplam
A mágica metamorfose
Que se opera no tempo
Que é templo de miragem.
Nuvens alvoroçadas pintam
Gigantesco quadro natural
E no frenesi dos contornos
Surgem imagens intuitivas
Açodadas pelos ventos.
Os pássaros despertam,
Rica sinfonia se faz ouvir
E no orvalho do novo porvir
Dou alento aos rumores do dia
Acariciado pelo tom das brisas!
De Ivan de Oliveira Melo