Amarrotei minha esperança
ao cair a noite exultante
serpenteando em ti barricado
cada madrugada
agasalhada
ao teu olhar de bondade
impregnado
de tantas lembranças sequiosas
que urge o tempo enfeitar
Despi minha voz
em ternos e magnificos instantes
cada vez que meu eco
procura pelo teu
e não lembrava sequer
a saudade herdada no timbre
mais selecto
em cada oração que trago
escondida nas memórias
que recito inconfessado
… e breve como o tempo
delimito cada existência nas
fronteiras e nas ausências
onde inebriado me quedo e embargo
Na evocação destes céus
infinitos
trago-te num gole de poesia
traço cada perpendicular
para que a ternura
que em ti habita
me envolva numa enxurrada
de absolutas certezas
numa repleta sinfonia de subtilezas
onde exibimos cada silêncio
abandonado
cada sonho assim perplexo
e entusiasmado
FC