Poemas : 

Versos 1-18 [gregos clássicos] (Xenófanes de Cólofon)

 
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Agora está o solo puro, e as mãos de todos nós

e os cálices. Um põe-nos as coroas entre-tecidas,

e outro oferece-nos numa taça a essência flagrante.

O crater está repleto de boa disposição.

Está já pronto outro vinho, que garante que jamais

abandona ao barro o cheiro a mel da sua flor.

No meio, uma árvore de incenso desprende um sacro aroma;

a água está fresca, doce e pura.

Aqui temos os fulvos pães e a mesa suntuosa,

carregada de queijo e de pingue mel.

Ao meio, o altar está todo coberto de flores.

A música festiva domina o ambiente.

Ao deus devem os homens sensatos entoar primeiro um hino,

com ditos de bom augúrio e palavras puras.

Depois de fazer as libações e preces para procederem

com justiça — pois isso é a primeira lisa —

não é insolente beber até ao ponto de se poder voltara casa

sem ajuda de um escravo, a menos que se seja muito idoso.


Xenófanes de Cólofon, poeta grego (séc. VI-V a.C.). Tradução portuguesa de Maria Helena da Rocha Pereira, publicado na Antologia de Cultura Grega, Hélade.(fragmento 1, ed. Diels-Kranz, versos 1-18.

Fonte: http://viciodapoesia.com/tag/poesia-grega-antiga/

Imagem: As bodas de Caná, Paolo Veronese (1528-1588).
 
Autor
AjAraujo
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