Andando sob o leito do rio
sentindo nos pés a terra batida
no ar o perfume das plantas
que teimam em sobreviver
apesar das intempéries do tempo
há pouco tempo, até voltar
a enchente.
O tempo da vazante
quando as águas fogem
e vão desaguar em outro lugar
Andando sob o leito do rio
fico a cismar...
aonde? nesse instante...
o rio pode estar?
As canoas, os barcos encalhados
na areia...
Me trazem o medo, ao coração
Ah! se o rio jamais voltar
e trazer a vida de volta,
a esse leito seco e vazio?
Espero, que as estações climáticas
continue sua rotação anual
e da vazante fique apenas a lembrança
quando as águas cobrirem
novamente o leito do rio
enchendo de esperança
o coração do ribeirinho.
Fadinha de Luz
Maria de Fatima Melo (Fadinha de Luz)