De puro calor tenho frio
irmã Inveja!
Leões lambem minha sombra
e o rato me morde o nome,
mãe alma minha!
À beira do fundo vou,
cunhado Vício!
A lagarta tange sua voz,
e a voz tange sua lagarta,
pai corpo meu!
Está de frente meu amor,
neta Pomba!
De joelhos, meu terror
e de cabeça, minha angustia,
mãe alma minha!
Até que um dia sem dois,
esposa Tumba,
meu último ferro ressoe
de uma víbora que dorme,
pai corpo meu!
DE PURO CALOR TENGO FRÍO...
¡De puro calor tengo frío,
hermana Envídia !
Lamen mi sombra leones
e el ratón me muerde el nombre,
!madre alma mia !
!Al borde del fondo voy,
cuñado Vício !
La oruga tãne su voz,
e la voz tãne su oruga,
¡padre cuerpo mio!
¡Está de frente mi amor,
nieta Paloma!
De rodillas, mi terror
e de cabeza, mi angustia,
¡madre alma mia!
¡Hasta que un día sin dos,
esposa Tumba!
Mi último hierro dé el son
de una víbora que duerme,
¡padre cuerpo mio!
Cesar Vallejo (1892-1938), Poesia Completa, Rio de Janeiro, Philobiblion/Rio-Arte, 1984]
Imagem: Salvador DALÍ