Não sou sucata...
Não temo o mundo,
A vida é que me teme.
Por que?
Porque a encaro com poesia,
Faço da fantasia
Minha realidade de viver...
Navego em adereços
E mergulho em sonhos
Que são impalpáveis,
Mas construtores
Do meu universo,
É ouro em verso,
Este é meu endereço...
Meu chão não tem areia,
É imenso tapete persa
Onde semeio minhas flores
Em vasos de alabastro
E embora pareça abstrato
É concreto em meu eu,
É onde vivo com meus amores...
Minha casa não tem teto,
É o firmamento que me cobre
E faz de mim mais rico que pobre
Porque converso com as estrelas,
Sou primo do sol e a da lua,
Dono das nuvens,
Expectador do infinito...
É assim que vivo, sobrevivo,
Alheio às contendas do mundo...
A arte me alimenta, sacia minha sede
E me envolve nos diamantes do prazer...
A vida é palco de guerra, hipocrisia,
O mais forte subjuga o mais fraco,
Então faço desse devaneio meu retrato!
De Ivan de Oliveira Melo