O que procuro eu aqui
neste vazio cheio de multidões?
Nada, absolutamente nada
nem mesmo ser companhia
ou alegria de numerações…
O que procuro aqui
é o mesmo que procuro
em cada espaço onde me encaixo…
Ser, ser o que sou
dar o que tenho
entregar a minha alma
mesmo que nem sempre isso se entenda…
O entendimento é um preenchimento
cada tempo uno rabisca
com a tinta que lhe corre no cerne…
A minha tinta é rubra
noutras vezes negra
sempre a mesma caneta num papel
sem tema, que alimenta o meu ser
em palavras pequenas
tão imensamente exíguas,
só eu lhes pertenço no meu tempo
de ser a palavra dentro do olhar
que a complementa…
Ana Coelho
Os meus sonhos nunca dormem, sossegam somente por vagas horas quando as nuvens se encostam ao vento.
Os meus pensamentos são acasos que me chegam em relâmpagos, caem no papel em obediência à mente...