O carro voa estrangulando a estrada,
Os pneus cantam em frenesi freadas,
De norte a sul trânsito em disparada
E o oeste é leste no mapa das enseadas.
O olhar dorme na audição que trabalha
Microfilmando murmúrios militantes
Que ensurdecem, que tapeiam quadrantes,
Na fragrância do ar em flagrante batalha.
Na noite há ausência de sutis verdades,
Quem embarca no destino vê vaidades
Encaracoladas aos bronzes das igrejas...
O ontem é como hoje e será amanhã,
Em ziguezague o tempo tece a manhã
E com olhos de suntuosidade se peleja!
De Ivan de Oliveira Melo