É ténue essa linha e entre nós
Entre a calma e o choro de te ter
Dentro de mim deslizas a ferver
Depois de desfeito em mil nessas mós
Negro em tudo é a tua triste foz
Escravizada e mártir para crer
E nós continuamos a beber
Sem preocupação de lhes dar voz
Na língua te mantenho o sabor forte
Que me apodrece o hálito de morte
Depois seco por ti tão impaciente
Derretes a garganta fervoroso
E no impasse pequeno e saboroso
Fazes mover motores desta gente
20 de fevereiro de 2015
António Botelho