ANO BOM
Sombreira castanheira à beira praia,
Onde a brisa do mar nos beija a testa.
Deixar-me estar ali é o que resta
Após ter me acabado na gandaia...
Mas quedo enmimesmado de tocaia
A ver-lhe, em desalinho, sair da festa
Prudente, ela me vê e me contesta
Enquanto curto sua curta saia.
--”Vem, achega-te!”-- Eufórico eu lhe digo
--“É bom rever enfim um rosto amigo,
Mesmo perto demais do coração...".
Ela ri mas se vai: pernas ligeiras
A contemplar mais fogos e fogueiras
N’outras tépidas noites de verão.
Vila Velha - 01 01 2015
Ubi caritas est vera
Deus ibi est.
Encontros e desencontros pela vida.