Prosas Poéticas : 

Faz de conta...

 
Faz de conta...
 
Sei que não houve nenhum erro,

nenhum desacerto,

e agora nem dei conta que

ainda tudo ou nada recomeçou,

como o sol assim nasceu,

e nunca mais além se pôs

assim a lua por fim seus raios

contornou

em memoráveis lampejos

desta incalculável luminosidade

que te afaga e inebria

exaltando o ser

que me consome as horas

os dias desapercebidos

neste frio que pulsa em longos

actos de sossego

e maravilhosa euforia


– Faz de conta que ainda é cedo,

não tenhas medo, recomeça,

porque nunca é tarde

o recomeço

e eu estarei onde em mim tu quiseres

renascida, florescida,

onde por fim em ti

descanso no ermo das nossas

invencíveis e apalavradas emoções

disfarçando-me em prantos

recluso nesta imortalidade

que desabrocha generosa

casta com delicadeza rupestre

de uma rosa silvestre


– Faz de conta

equilibra-te em alegrias

despe-me os sentidos em vigília

onde em ti pressinto

a mudança das marés

o curar das ondas em maresias

de esperanças tantas

invisíveis danças oceânicas

em cada olhar vazio

onde ficamos mais sós

insensíveis, previsíveis

sucumbindo de amor

repletos de nós

FC

 
Autor
Frederico
 
Texto
Data
Leituras
732
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
2 pontos
0
1
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.