Sonetos : 

Entrudo

 
Hoje mascarei-me de lugar comum
e nessa mesma máscara que vesti,
fraca d`adereços, fui apenas mais um
desigual a muitos que por aí vi.

Se comentário houve algum,
até agora ainda não o ouvi,
apenas sorrisos, pouco jejum,
tantos quantos eu próprio sorri.

Porque a vida é pequena
e como muitos, eu pago impostos,
pago os sorrisos, que valem a pena!

Vamos lá, hoje estamos a postos,
que nesta alegria serena
não há lugar a desgostos sobrepostos!





Sou fiel ao ardor,
amo esta espécie de verão
que de longe me vem morrer às mãos
e juro que ao fazer da palavra
morada do silêncio
não há outra razão.

Eugénio de Andrade

Saibam que agradeço todos os comentários.
Por regra, não respondo.

 
Autor
Rogério Beça
 
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 18/02/2015 10:31  Atualizado: 18/02/2015 10:31
 Re: Entrudo
Um belo poema que se veste da mais intensa sabedoria, onde as palavras se transformam.

Enviado por Tópico
Vania Lopez
Publicado: 19/02/2015 01:11  Atualizado: 19/02/2015 01:11
Membro de honra
Usuário desde: 25/01/2009
Localidade: Pouso Alegre - MG
Mensagens: 18598
 Re: Entrudo
a dor que paga imposto
não se firma nela
seu fundo são sorrisos que a boca soletrou.
atei-me nesse soneto espetacular. bjs