Despertei com uma ponta de tristeza no olhar.
No soalho da alcova, o chamego dum ir e vir
Intermitente de operárias que veem o porvir
E fazem do presente a sensata provisão do lar.
Sentei-me à beira da cama. A mente encardida.
Uma vez mais observei a faina que era intensa
E me perguntei a mim: Por que esta indiferença?
Por que me permito abandonar dos dons da vida?
O pensamento insistia. Aos meus pés o exemplo.
Grossas lágrimas banhavam alhures meu senso
E era urgente que a metamorfose se instalasse...
Busquei o espelho. Olhei para mim. Vi saúde.
A partir dali a vergonha engalfinhou-se amiúde...
Dei desgosto à preguiça e me encarei com classe!
De Ivan de Oliveira Melo