Luso-Poemas
 
Poemas : 

O sabiá verde- amarelo

 

Aqui não canta o sabiá.
È calibre doze na carne dos meninos
Tá, tá, tatá, tatá,tá, tá, tá..
Aqui não tem palmeiras,
Aqui não canta o sabiá.
Só o choro da mães negras
Sobre o corpo dos negros filhos
Abatidos, longe do sabiá.
O pelotão pelourinho espreita
Nas esquinas
Derruba dez, vinte, trinta, cem...mil. dez mil...
Tá, tá, tatá, tatá, tá, tá, tá, tá, tá,
Aqui não tem palmeiras,
Aqui não canta o sabiá.
Só o coral de balas a matar.

 
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Jovina
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Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
RoqueSilveira
Publicado: 15/02/2015 12:58  Atualizado: 15/02/2015 12:58
Membro de honra
Usuário desde: 31/03/2008
Localidade: Braga
Mensagens: 8112
 Re: O sabiá verde- amarelo
Forte e contundente para abalar um coração como deve ser um poema.
Entre a dor da ideia gostei do poema. Parabens



Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 15/02/2015 13:52  Atualizado: 15/02/2015 13:54
 Re: O sabiá verde- amarelo
Nos convéns dos becos volutuam-se as sombras que são construídas dos vultos dos guetos onde as palmeiras são assassinadas. Não se sente mais o decantar dos verdes que aos pouco se matam, não mais ouvindo os belos cantos da emante natureza. Que somente os calibre tem voz


Enviado por Tópico
Semente
Publicado: 15/02/2015 14:40  Atualizado: 15/02/2015 14:40
Membro de honra
Usuário desde: 29/08/2009
Localidade: Ribeirão Preto SP Brasil
Mensagens: 8560
 Re: O sabiá verde- amarelo
Um poema denso, e intenso, na verdade que os teus versos declaram. Parabéns , Jovina!

Feliz domingo!

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