Enviado por | Tópico |
---|---|
Margô_T | Publicado: 01/08/2016 08:47 Atualizado: 01/08/2016 08:49 |
Da casa!
Usuário desde: 27/06/2016
Localidade: Lisboa
Mensagens: 308
|
Re: boa tarde cura
Há os sonhos “que nos abordam ao dormir” e há os sonhos de quem “acordado” “imagina”.
É destes segundos, que misturam “fantasia” com “desejo forte”, que este poema (nos) aborda… conduzindo-nos nessa “jornada” galopante, sem destino, em que a “realidade” se torna “tão longe”, e os sonhos, esses, se tornam palpáveis, odoríferos; apesar de tanto o tacto como o cheiro se encontrarem “perto do nada” já que tão próximos do devaneio puro – e veloz - que nos arrasta pelos versos ao ritmo desses sonhos empestados que fizeram do dia “um dia”. Sonhos há que, de tamanha eloquência e desmesura, nos impelem a “fazer planos”… autênticas trajectórias do que se fará, tendo como “alicerces” somente o que de alicerce nada tem… porque estes mapas que se criam e erigem, criam-se e erigem-se a partir do que é inexistente, ininteligível… Porém, o sujeito poético deixa-se engolir, “sem medo”, por eles, já que a atracção lhe é inevitável, deixando-se, assim, apanhar por esse buraco negro - tão denso de “fantasia”. Mas esta “areia movediça”, este “impossível”, traz um “contentamento” firme, real, autêntico. E isso nos basta quando, também nós, leitores engolidos pelos versos, nos deixamos transportar por toda esta mirabolante vertigem que nos faz sentir que o passo (se existe) é puro deambulamento, indo e vindo “como formigas”… “sem rainha nem formigueiro” que nos oriente ou trave; e, contudo, sempre indo e vindo… porque os sonhos são demasiado aliciantes para que os ignoremos e a sua voz retumba por entre nós, empestando-nos de toda a extravagante ficção que nos soçobra o pesadelo. |