Rodopia a vida nas rodas gigantes
Do tempo, que por nós passa apressado;
Impõe seus sinais, faz marcas nos semblantes
E distancia o presente do passado.
Separa amigos, fere ilusões e sonhos,
Sem se importar se atrás fica, magoado,
Um coração... em descompassos tristonhos.
E vai o tempo, acordando fantasias,
Permutando por projetos enfadonhos,
A realidade dos longínquos dias,
Quando éramos felizes adolescentes,
Bem comportados em nossas rebeldias.
Gira a vida em roda viva... entrementes,
Uns seguem... alguns voltam... outros, no entanto,
Alquebrados, tornam-se sobreviventes.
Segue o tempo... semeia risos e pranto.
Lento, para quem pisa com confiança
- e largas passadas – a estrada do enquanto.
Entre lento e apressado o tempo balança!
Faz-se o presente. Do ontem se faz o agora.
Faz-se do hoje um tempo de nova bonança!
Então, amores ausente, vida afora,
Reatam romances, reacendem o ardor...
Nos amigos renasce o elo de outrora!
Tempo esperança para a infância em flor;
Tempo alegria para os jovens em festa;
Para os que partiram... tempo de dor;
Tempo feliz pelo tempo que nos resta!