Há momentos que sou apenas metade de mim...
Talvez línguas desvairadas perguntem:
E a outra metade? Que vem a ser dela?
Não sei... Quando vivo uma metade,
A outra simplesmente se esconde, some,
Nem imagino sequer o paradeiro dela...
Na verdade, estas duas metades são extremos,
Cada qual tem vida própria, mentes individuais,
É como se fossem estrangeiras, não se entendem,
Nunca se encontram, sobrevivem a distância.
Às vezes é trabalhoso adaptar-se aos engenhos
Que tecem no dia a dia, por sinal enfadonhos...
Sinto-me como se em mim houvesse dois mundos:
Um proponente da concórdia, do bem-estar, do amor;
Outro, depravado, devasso... no íntimo, meu inimigo!
De Ivan de Oliveira Melo