Eu levo a vida um pouco displicente,
Em derredor o alvoroço é ululante,
Devagar tudo desbravo, sigo adiante
Sem preocupar-me se sou irreverente.
A indiferença faz-me saborear solidão,
Mas nada às pressas tem tom perfeito
E circunstancialmente marca defeito,
Pois, correria não é amiga de perfeição.
Estou atento às intempéries e analiso
Cada detalhe que assoma em meu piso
Para combater usuras e deletar o mal...
Lentamente vou construindo o edifício
Onde subo e desço sem ser desperdício,
Mas coadjuvante do viver infinitesimal!
De Ivan de Oliveira Melo