DAS LAVRAS
1
Turmalina rosa,
pedra que à luz tanto brilha,
jaz oculta ao olhar.
2
Há meses sozinho,
bamburro só de saudade
longe mato adentro.
3
No alto do morro, a mina.
Janela aberta de torre
à fortuna e ao risco...
4
Veio à luz de vela
segreda a beleza só
da cor cristalina.
5
Curiango artifício:
guardar silente alegria
de tudo e de todos.
6
Enterrar-se vivo.
Entanto, a qualquer momento,
jazer vão co’as pedras...
Governador Valadares - 06 a 08 07 2011
Ubi caritas est vera
Deus ibi est.
Trabalhei por dois anos, em minha juventude, na região de Divino dos Traíras, lugar remoto no leste de Minas - onde conheci o garimpo de pedras preciosas e a vida-e-morte nas pequenas lavras de morro, voltei por lá 15 anos em 2011, rapidamente. Recordei e escrevi em memória ao vi e ouvi naquele tempo.