Me dou até não sobrar nada;
O que fazem com minhas partes eu não sei;
Mas por vocês a minha vida despedacei;
De mim só resta o resto;
Minha mente e meu coração eu empresto;
Mas sou apenas meu;
O que empresto por instantes pode ser seu;
E o resto que resta de mim ainda não morreu;
Me junto aos farrapos;
Vaso quebrado aos cacos;
De mim não sobrou muita coisa;
Fui sempre quem quiseram que eu fosse;
Da morte, roubei sua foice;
Pensamentos tão fortes, feito um coice;
Eu não me dei, foi você quem me trouxe;
E o que levou de mim, espero tenha guardado em um forte;
Na carne a navalha deu um corte;
O que levou de mim foi minha sorte;
Meu resto se sustenta;
E como uma phoenix, ressurge da morte;
Nunca vão ver meu fim;
Pois, me levam aos pedaços;
E ainda sobrou muito de mim;
Mas o que fazem com minhas partes eu não sei.....
... Eu não tenho fim.
Marcio Corrêa Nunes