Náufrago de amor, quis um outro navio
Para desbravar outros mares e oceanos
Ou quem sabe um riacho menos bravio
Onde possa afogar os meus desenganos.
Entretanto houve no caminho um desvio.
Não tracei metas, desfiz de meus planos
Eu mesmo que teci e acendi o meu pavio
Que afundaram meus navios desumanos.
Então resolvi talhar para mim uma canoa
Onde a solitária lágrima triste transborda
Acrescentando a massa líquida mais água.
Fico a pensar onde estará aquela pessoa
Que irá lançar-me uma tábua ou uma corda
Para curar toda tristeza e toda minha mágoa?
Gyl Ferrys
Re: Um Outro Navio
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