Há uma pessoa que disse que queria ver os meus poemas para ver se algum dava para um fado. Há outra pessoa que disse que eu não devia guardar os textos na gaveta, que se perdia muito se eu não mostrasse o que escrevo ao mundo. Há ainda outra pessoa que disse que ficou viciada nos meus textos e que anda louca à procura de me ler mais. E eu, no meio de tudo isto, pensei em publicar alguma coisa. No aconchego da minha cama, na manhã de sábado que tenho guardada para dormir, delineei um livro, uma capa, um título, uma dedicatória. Apontei tudo. Mas depois pensei que não quero que toda a gente tenha acesso ao meu eu: é que quando escrevo sou mesmo eu. Não quero não saber por onde andam pedaços de mim. Decidi que me prefiro dar a quem eu possa escolher. Escolho eu.
Mas que venha o fado, por favor, que venha o fado. Eduardo: escolhe um dos meus textos.Se não gostares de nenhum, eu prometo que, mesmo não escrevendo por encomenda, da próxima vez que me sentir inspirada faço um poema a pensar num fado.
Shepherd Moon