Nevoeiros na vida e no meu caminho
Opõem-se à minha passagem
No carro o calor sempre os dispersa
Limpando o vidro onde me apoio
Na vida, nem as minhas garras de Sol
Os evaporam da intolerância do dia-a-dia
Onde me enublam o que eu deveria ser,
escondendo as oportunidades de vitória
Entre as derrotas que esse nevoeiro deixou
Como é triste não ter como o levantar
Como o soprar com brisas de alegria
Ou no calor do amor, tal como no carro, o dissipar
Sei que o Sol nasce para todos
Mas ele não brilha no nublado
Que importa ter eu nascido
Se a sua luz não me encaminha
Mas um dia Sol serei,
compro lanternas de atrevimento
E atrevo-me por entre os seus fiapos molhados
Posso não voltar ao carro nem ao caminho certo
Mas a vida, ade mudar
nem que a terra tenha que falar
ou gritar, por ver-me tanto arriscar
só não quero que o nevoeiro persista,
me despiste na vida e no carro que conduzo sem parar
António J. P. Madeira