COEVOS - A GERAÇÃO MILENARISTA
Vivi em meio a gênios e a imbecis
A alegre sucessão entre os milênios.
Àquela época, actuava em sós proscênios
A me monologar uns sonhos vis...
Era decerto um hábito infeliz
-- Bem coisa de imbecis, outrora gênios --
Brilhando em filamentos tungstênios
As ideias que fantásticas eu quis.
Seriam poemas só ou profecia
Tudo quanto d’amor eu me dizia?
Ou tão-somente ouvi que quis ouvir?...
Gênio ou não, comparti com eles anos,
Porém, sobremaneira, os meus enganos
Por juntos, à mesma época, existir.
Betim – 05 01 2015
Ubi caritas est vera
Deus ibi est.
Apenas para fixar o ideário de minha geração, marcada por um milenarismo apocalíptico jamais realizado, cuja genialidade imbecil tornara-nos profetas do nada, poetas do fim de tudo.