Escondes-te no mais improvável.
Busco nos teus olhos meigos a razão do teu amor.
Vejo a tua alma limpa e pura a gingar nas mãos duma criança.
Aprecio o cuidado extremo com que tratas os teus amores.
A dedicação sem limites que cria a esperança, nem sempre secreta, da retribuição.
A solidão desse amor leva-te a palavras amargas e actos que não são teus.
A culpa nunca me deu bom conselho e por isso faço o melhor que não sei.
Não querendo mais recorrer a fórmulas antigas
deito fora os kamasutras e mantenho os olhos na tua alma.
Basta-me sentir a tua fome de viver amando para esquecer a minha aparente incapacidade de amar.
Por isso sem nunca amar mantive pura a cama para o Amor nascer.
E a cada momento, improvisado, o Amor foi acontecendo
A necessidade estará em escrever ou em ser lido?
Somos o que somos ou somos o queremos ser?
Será a contemplação inimiga da acção?
Estas e outras, muitas, dúvidas me levam a escrever na ânsia de me conhecer melhor e talvez conhecer outros.