Deparava com a tristeza de não ter nada para fazer,
Quando em mim caiu-me uma realidade
Após ver a mãe a queixar de dores e de cansado
E constatar que o tempo estava a trabalhar no seu meio.
Vi a realidade que é envelhecer.
Fiquei angustiado com o que vira
E o que vai acontecer no futuro
O Tempo é mestre do ser…
E constatei com o Eu
O que me vai acontecer
E a realidade que nele habito
Deixo-me ainda mais triste, mais angustiado, mais consciente
Do tecido que é o Tempo.
E lembrei que teria de aproveitar todos os momentos
Com alguma coisa, com alguém, com algo,
Para provar ao filho da mãe do compasso
Que estive cá, vivi, constatei-te mas venci algumas batalhas…
… porque a guerra é toda tua…
E senti o que a porra da autoconsciência te faz
O que tenho de momento?
Nada… foi o que ouvi…
Nada recebemos, nada damos, nada…
Ecoou… nada…
Mas foda-se porque?
Porque o sofrimento que me causou só por ter visto o teu tecido?
Porque? Porque…
De novo eco…
Quebrado com um som, uma frase…
“Meu filho, não te confessas nem ao padre da paroquia,
O que tens?”
Por dentro, saí-me lágrimas,
Que não aguentava mais estar calado.
E eu, nada… nada me manifestei,
Porque soube naquele momento
Que ela sabia o que estava a pensar…
Comoveu-me…
Ela alevantou e saiu…
Passado um bocado por mim com os olhos mareados
E aperceber que tenho pouco mais que uns anos com ela
Porque aquele cabrão que é o tempo,
Já sabe que o topei…
Suspirei, alevantei, fui jantar com os meus velhos…
Meus queridos velhos…
E convivi…
Só espero que o malvado demore mais um tempo
Antes de os reclamar para si.
Só mais um tempo…
Dê lhes um forte abraço
Diz-lhes o quanto os ama
É tudo que ele nos vai deixar dizer enquanto nós mesmo
Tecemos no seu tecido…
P de BATISTA