Durmo sonhos na brancura do catre
E me vejo vulto sob o brilho noturno.
Meu pensamento no silêncio desnuda
A sombra que vagueia tonta e perdida
Pelo soalho de cascalho rente à areia.
Pelo olhar onírico desvendo nuances
De cores amorfas traçando caminhos
Em busca da saída entrecortada pelos
Ventos que sopram utopias nos vales
E levam consigo o respirar da mentira.
Pesadelos atrozes flutuam na mente
E assisto a cenas que traduzem terror...
Minha inconsciência se agita. Febre!
Desperto amalgamado por intenso sono,
Ruína das tempestades do corpo quente...
Imenso deserto de solidão reina na noite
Cutucando o vácuo sombrio dos açoites
Que sibilam granizos que tocam o chão
E adornam a enseada da passarela morta
De vagas que zunem na imensidão inóspita.
A verdade sobrevive à agonia extrema
Soterrando a hipocrisia nas montanhas frias
E libertando a esperança dentre os cárceres
Enlameados por pântanos ignóbeis e cruéis,
Porém envenenados pelas próprias peçonhas!
De Ivan de Oliveira Melo