Levaste meu caixão até a última morada,
Meu sangue coagulado parecia apodrecido,
Mas em meu coração de cadáver hei vivido
Os derradeiros instantes de alma enamorada.
Puseste alegres flores sobre meu sepulcro
E em cada pétala uma lágrima de saudade,
Em meu sono eterno só algo será verdade:
Ser alimento de vermes e sofrer assaz estupro.
Meu corpo padeceu... na consciência há vida
E se pensas tu que meu féretro foi despedida
É que não sabes que infinito é ninho de amor...
Leva à minha campa sempre tua linda presença,
Meu pensamento é um olhar que não dispensa
Ver teu vulto e tua sombra cultivando tua flor!
De Ivan de Oliveira Melo