Abrem-se as portas
das gaiolas enxadrezadas
correm os corpos
gritam ao vento
liberdade…
Cantam união
a euforia toma conta da nação!
Voa o tempo,
como o tempo voa!
Passa não perdoa
mesmo que doa…
As almas esmorecem
os corpos padecem
acorrentados nas grilhetas
dos ecos metafóricos…
Roucos lamentam
os lamentos presentes,
clamam ao passado
desmoralizados…desorientados
com as luzes que se apagam
na liberdade…
O opressor libertou-se
os oprimidos estreitam o olhar
peneiram nas sombras
as sobras dos sonhos
mutilados no tempo,
o presente demorasse…
Pairam dúvidas em todos
os pedaços
envoltos de liberdade
constroem muros de pedra…
O espírito almeja
as garras da sobrevivência
na clemência de um todo…
Já nem os poetas
ousam a liberdade aprazível
perdida na utopia dos ventos
que ofuscam o hoje
nos ombros de um amanhã
tão incerto…
Os poemas calam-se
na visão embaciada
dos poucos loucos
que restam nesta senda
a gritar verdades
aos muros de silêncio
(s)em liberdade nas palavras!
Ana Coelho
Os meus sonhos nunca dormem, sossegam somente por vagas horas quando as nuvens se encostam ao vento.
Os meus pensamentos são acasos que me chegam em relâmpagos, caem no papel em obediência à mente...