Divago pelo desmensurado rio
Em busca da vaga sorte
Sepultada no casco roto
Do meu cavalo morto.
Na frenética busca
Da sorte madrasta,
Cavalgo ao sabor das ondas,
Que trazem vida aos pobres
E se vão carregadas
De segredos dos homens.
Nas trevas da noite,
Viajo pelo rio vazante
No dorso oco
Do meu cavalo morto.
Na delirante busca
Pela sorte madrasta,
Desafio o luzir das estrelas,
No quebrar das vagas
Que levam esperança
Às encostas d'aldeia pesqueira.
Adelino Gomes-nhaca
Adelino Gomes