Colam-se em mim os sons dos ventos
Que lá fora rugem ameaçadores
Como se desejassem atemorizar-me…
Sacudo-os displicente,
Porque em mim, há a tenacidade
De enfrentar tempestades
E nadar contra marés,
Sou eu, o próprio vendaval
Que repele tudo o que me agrida!
Sou a força da natureza
Que me leva longe
Ao mais alto dos meus anseios
E não são as intempéries em desvario
Que me obstruem o caminho,
Nem tão pouco as ventanias
Me arrastarão por vales indesejáveis!
Tenho em mim a luz que me guia
Pelas noites silenciosas e frias de bréu
E ilumina escuras e imaginadas pontes
Sobre os rios da minha inquietude,
Eu sou a coragem que abomina fraquezas,
Sou a vontade da minha vontade
E o sonho dos meus sonhos,
Sou ilusão das minhas desilusões
Sou tudo e…sou nada!
José Carlos Moutinho