Aqui na terra eu mais nada vejo, nem vivo,
Mesmo que renascesse na minha escrita,
A cópia de algum morto!
E nem aqui no céu, ainda que tão altivo,
Recompondo-me desta sina não maldita,
Proponho-me conforto!
Digas tu, ó morto poeta! A que tanto fulge
Neste lacrimoso de ti, o meu reencontrar,
Apegado a tua inspiração!
Digamos nós êmulos amigos, a que estruge;
E nos fios de fantoches e pantomima a criar,
Venerarmos tal emoção!
E seria uma desonra tamanha é tão certo,
Que do peito apagasse de sobremaneira;
O teu ler sem estar sumindo!
Tragas tu, esse abantesma pra mais perto,
Para que eu possa da tua poesia herdeira,
Resgatá-la da cova abrindo!
E tenho-te em minhas missivas tão crente,
Quais me abrigam d’um forte destino cruel,
Destes horrores humanos,
Que repasso nos papéis da minha mente,
Suprindo-o do lírico ao amargor do meu fel,
Crucificado nos enganos!
De nós, que se façam as lanças mensageiras,
Para perfurar discórdias entre os devoradores,
Vazá-las em sangue execrável,
Doutrinando-os a idolatrarem nossas caveiras,
Onde a poesia..., é o alimento dos adoradores,
Saída do sepulcro admirável!
Assim, a morte é linda mesmo fria, faz sentido!
Pois, o par a quem reges já lhe espera sudário,
E foi um poeta que te levou;
Pois, a vida não é mais esse espaço refletido,
Transformou-se num livro de asas - imaginário,
Que tua essência sobrevoou!
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Setedados777