Com o suflar fictício da democracia,
Dissipam-se imaturos
Cortes do Além-Mar,
Abrigos dos guardiões da Nação.
Em casa do povo que os Cortes tutelavam,
Engrossam-se cortes que os Cortes desconheciam.
O povo ginga mas não adormece,
Cada vez que a casa se estremece
O povo se levanta,
Grita e desfalece
Com o cavalgar delirante dos reis do corte.
O povo ginga mas não estremece,
Cada vez que no vazio dos bolsos se remexe,
Uma revolta na rua se renasce.
O povo ginga mas não estremece,
Cada vez que se corta tudo
Do nada que o povo tem,
Ouve-se lamúrias nos becos sem vida.
As tocadas fingidas
Na hora de tear a verdade
Elucida apócrifas verdades dos eloquentes,
Locatários da casa do povo.
Urge obstar desperdícios,
Mungir vacas gordas
E cuidar do bem-estar social.
Adelino Gomes-Nhaca
Adelino Gomes