Esperam
dias de (des)encontros
num tempo sem Primavera,
os lobos sobem à serra
uivam
em ressonâncias sem luz…
As giestas pintadas de branco
balançam nos solavancos
do vento quieto das esferas…
O universo gira
move-se…contorna
o astro rei
alterna o lusco-fusco…
As almas caminham descalças
nas brisas proclamadas
em profecias declamadas
no silêncio dos pensamentos
que movem o âmago humano…
Há um farol no centro do nevoeiro
pisca em alaranjados tons,
a serra não observa o mar…
Acredita na sua existência
na fé de acreditar
com a (se)mente da sua essência a pairar
sem ver…sem olhar…
Porque esperam
novos (des)encontros
que a alma já sabia
quando usava o verbo entregar!
A serra floresce de novo
há sempre nova Primavera
com andorinhas a visitarem
a terra prometida
pela crença
que carregam nas asas para voarem…
Ana Coelho
Os meus sonhos nunca dormem, sossegam somente por vagas horas quando as nuvens se encostam ao vento.
Os meus pensamentos são acasos que me chegam em relâmpagos, caem no papel em obediência à mente...