Em silêncio negro escrevo o que não posso dizer.
Agitam-se os alicerces poéticos que em mim leste!
Sou como um livro aberto que ousaste em vão ler,
Pois foram tantos os rascunhos que não entendeste.
Como Homem insensível me Descreveste,
Consciente sei que um dia te fiz em vão sofrer!
Estranho o destino que me ligou à solidão e a este
Modo imperativo de hoje tão triste sem ti viver!
Leio e desfolhei-o o que me vai na alma!
Te mostro o que sinto, mas tua indiferença me desalma,
O amor partiu e com ele levou o encanto
Que um dia foi só nosso... Tudo em vão,
O amor bateu nas portas fechadas do teu coração,
Tudo o que restou foi a dor que visto como manto!
Paulo Alves