São tantos os sonhos dispersos ao sabor dos ventos,
Tantos ideais por mim erguidos e logo derrubados,
Tantos os tristes prantos em desalento entoados
No meio de tão puros e falsos findos sentimentos,
Que custa acreditar no amor ou em sua essência.
A tristeza é um passo cadente que sempre a mim volta
Apagando aos poucos a luz da alegria. Causa reviravolta
Aos sentidos, ciência vagada que me tomba em decadência.
Não adiantam mil e uma juras de amor, pois triste é o final,
Sempre se sobressaem insanas as verdades ouvidas,
São reais mentiras que não cicatrizam quaisquer feridas
Fazendo das alegrias apenas bruma de um sonho fatal.
Minhas dores, são letras perdidas da terna felicidade
São palavras marcantes, que me desnorteiam os versos,
Padecem de inspiração tantos poemas de amor dispersos
Nos cadernos negros da alma, rasgados pela saudade.
Paulo Alves