Procuro a tua primitiva intensidade,
Desfolho-me pétala a pétala
Dentro do ranger das borboletas
Que repousam no teu corpo amplo
Nas videiras as uvas sangram;
O mel adocicado que provo da tua boca
E ardo em dementes lírios,
No clamor de diamante onde o vinho
Se derrama no galopar dos nossos corpos.
Mordo a polpa, e seus regatos de açúcar
Adornam-me os seios num fértil sossego
Abrindo o universo dentro dos teus braços
Amo a luz das nossas pupilas a reflectir-se
No culminar da noite que há-de vir.
Conceição Bernardino