Ai se eu soubera
que a solidão de meus anos
fosse doce Primavera,
caminhando para os teus,
meus olhos,
seriam dois Pelicanos,
quem me dera,
nos Altares de Deus ...
E juro que ficava
como as hastes gloriosas
de uma dama que chorava:
"ai amado, amado que perdi ..."
E podiam cair as pontes
os dias e as noites
que pensaria só em ti!
Mas a dor que me assiste
destrói o meu sonho
meu amor não existe
não vem até mim
ai quem me dera
que a esperança que te ponho
fosse eterna sem fim.
Mas não há vento
só saudade e tristeza
não há tempo
a distância o desfez
ai quem me dera
viver ainda mil anos
viver novos enganos
esperar por ti outra vez!
Ricardo M. Louro
no Chiado
Ricardo Maria Louro