COMO EU
Vivo a inquietante turba das falências,
A imperfeição complexa do fracasso...
Falaz e verdadeiro num só abraço
Na contramão de todas as evidências;
Ora o heroico infante em excelências,
Ora em covardes defeitos me enlaço!
Cada minuto e sempre a cada passo
Mato e revivo tais inconsequências.
Como eu, fazem parte dos numéricos,
Vivos em estados cadavéricos
No exercício voraz da necrofagia,
Amálgama dos pútridos conceitos
Com a noção perfeita dos direitos,
Existindo por lei de fisiologia.
Álvaro Silva.₢